segunda-feira, 30 de abril de 2012

Resumo do capítulo XII d'Os Maias

Neste capítulo os dois apaixonados assumem finalmente o seu amor um pelo outro. Entretanto, para que este amor possa escapar à exposição pública, Carlos aluga ao Craft a sua quinta nos Olivais e compra-lhe os móveis e as coleções, para lá instalar Mª Eduarda.

                Carlos estava a regressar ao seu Ramalhete e encontrou Ega no seu quarto. Carlos e Ega abraçaram-se, mas Ega disse que apenas vinha a Lisboa por uns dias. De seguida perguntou a Carlos se tinha quarto para ele, ali no Ramalhete, apesar de estar instalado no Hotel Espanhol. Claro que a resposta de Carlos foi positiva.
                Ega tinha viajado de comboio, onde encontrara a Madame Gouvarinho. Ega começou a “picar” Carlos por causa da senhora Gouvarinho, e Carlos disse que nunca tinha tido nada para além de relações superficiais com essa senhora. Carlos também informou Ega sobre o regresso dos Cohen, mas Ega já sabia da novidade, supondo-se que talvez fosse esse o motivo da sua vinda para a capital.
Ega foi então cumprimentar Afonso, que o questionava sobre o facto de ele não concluir os seus livros. Afonso incitava os dois jovens a fazerem algo pelo país, lamentando a inércia em que eles se afundavam. 
                Numa segunda-feira chuvosa, Ega e Carlos foram ao jantar dos Gouvarinho. Enquanto estavam a caminho, Ega perguntou a Carlos sobre uma tal brasileira, na companhia da qual Dâmaso dissera que ele passava todas as manhãs. Dâmaso andava a espalhar no Grémio que Carlos se interpusera entre ele e essa senhora, aproveitando a sua ausência para a conquistar e que ela teria preferido Carlos por ele ser mais rico. Carlos percebeu então como a sua relação com a Mª Eduarda começava a ser enxovalhada pela “ tagarelice “ e impertinência de Dâmaso.
                Enquanto se dirigiam à mesa, à hora do jantar, madame Gouvarinho tomou o braço de Carlos e aproveitou logo para lhe fazer alusões à “ brasileira “. Durante a refeição falou-se sobre viagens, a propósito de países como a Rússia e a Holanda, e sobre um livro que censurava a colonização portuguesa em África. Então debateram sobre a escravatura, defendida por Ega e condenada pelo deputado Sousa Neto, representante da Administração Pública, que tinha a seu cargo a Instrução. Falaram ainda de criados e do gosto por paradoxos. O conde Gouvarinho tentava lembrar-se de um paradoxo brilhante, da autoria de um senhor Barros, ministro do reino, mas atraiçoava-o a sua falta de memória. Comentou-se a sobremesa, que estava deliciosa, e falaram também de animais, a propósito de um cão que pertencia a madame Gouvarinho e que já tinha morrido, causando-lhe um enorme desgosto. Entretanto a condessa de Gouvarinho pertencia à Sociedade Protetora de Animais e Ega declarou pertencer à Sociedade de Geografia.
 O ambiente tornou-se mais descontraído e, no meio do clamor das conversas, Carlos explicou à condessa que a razão para frequentar a casa da senhora de quem Dâmaso falava se devia aos seus serviços de médico, uma vez que a governanta estava doente. Aliás até tinha sido o Dâmaso que primeiro o levara à família, para tratar da filha dessa senhora. Assim, Carlos e a madame Gouvarinho acabaram por se reconciliar e o pé da condessa já apertava o de Carlos, mostrando o desejo de uma aproximação. A mulher de Sousa Neto continuava a falar da Rússia, tendo-se depois percebido as razões da sua preocupação com esse país, porque o seu filho ia como segundo-secretário para a legação de São Petersburgo. D. Maria da Cunha comentava entre dentes que ele era um rapaz medíocre, que nem francês sabia falar. Ao café, Sousa Neto mostrou a Carlos o seu prazer em tê-lo conhecido, falando-lhe também no avô e nos pais.
Abordou-se depois o tema das mulheres e Ega afirmou que a mulher não precisava de instrução, tendo apenas o dever de ser bela, “ cozinhar e amar bem “. O conde concordava, dizendo que o lugar da mulher era “ junto do berço, não na biblioteca “. Ega entretanto questionava Sousa Neto a propósito de Proudhon, um filósofo francês muito lido na época, que tinha escrito sobre o amor. Não querendo revelar a sua ignorância, Sousa Neto procurava fugir às perguntas e declarou não querer discutir com Ega.
Sousa Neto entabulou depois conversa com Carlos, falando de Paris e de Londres e pedindo-lhe as suas impressões sobre essas cidades. Mais tarde a condessa Gouvarinho justificou o pretexto de o seu filho estar constipado para pedir a Carlos que o fosse ver. Quando se apanhou sozinha com ele beijou-o e impôs-lhe um encontro para o dia seguinte em casa da sua tia. Entretanto Charlie dormia tranquilamente no seu berço.
Chegaram por fim Teles da Gama e o conde Steinbroken. O resto da noite passou-se no salão, ao som dos fados de Teles da Gama e de melodias da Finlândia.   
                No dia seguinte, depois do encontro com a condessa, Carlos correu a casa de Maria Eduarda, que já o esperava, estranhando a sua demora. Carlos conversou animadamente com Rosa e preparava-se para beber chá com Mª Eduarda, quando Domingos veio anunciar a visita de Dâmaso. Então Mª Eduarda mandou responder que não recebia. Depois de o sentirem bater a porta, Mª Eduarda comunicou os inconvenientes daquela casa, tão acessível a visitas importunas.
 Mª Eduarda manifestou o desejo de arranjar uma casa de campo onde pudesse passa os meses de verão com a filha e Carlos lembrou-se logo da casa do Craft, nos Olivais. Depois disso Carlos declarou-se a Mª Eduarda. Maria Eduarda também amava Carlos, mas antes de tudo tinha uma revelação a fazer-lhe.
Carlos interrompeu-a, dizendo-lhe que ela era a eleita do seu coração e que queria fugir com ela e com Rose para um lugar onde pudessem viver tranquilamente o seu amor.
No dia seguinte Carlos procurou Craft nos Olivais, para lhe alugar a casa e a quinta e comprar-lhe os seus móveis e decoração. Assim que pôde Carlos foi comunicar a novidade a Mª Eduarda. De repente tudo correspondia a um conto de fadas e entravam naquela casa com luzes acesas e as jarras cheias de flores, sem precisarem de transportar nada. Afonso da Maia aprovou a aquisição do neto.
 Entretanto Ega estranhava o facto de Carlos não lhe confidenciar nada sobre a sua paixão. Por fim Carlos acabou por contar toda a sua história de amor ao amigo e Ega ficou impressionado, percebendo que Carlos tinha encontrado o seu destino.

O capítulo XII é decisivo no desenrolar da ação. É impossível resistir-se à dúvida acerca da possibilidade de um final feliz para a ligação de Carlos e Mª Eduarda, já que se começam a desenhar tantos entraves. Por enquanto vamos entregar-nos à ilusão do amor, enquanto pudermos fazê-la durar, e vivê-la com a intensidade que ela merece.

Autora: Andresa Pereira, nº 3, 11º L3

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