sexta-feira, 30 de março de 2012

Resumo do Capítulo IX d'Os Maias


Acontecimentos importantes neste capítulo:
-É descoberto o romance de Ega com Raquel Cohen, a mulher do banqueiro Cohen;
-Carlos fica mais próximo da família Castro Gomes, quando é chamado a dar uma consulta à pequena Rose;
-Acende-se o romance entre Carlos e a madame Gouvarinho.

Já no Ramalhete, no final da semana, Carlos recebe uma carta a convidá-lo para  jantar no Sábado seguinte nos Gouvarinhos.      
Entretanto chega Ega, preocupado em arranjar uma espada conveniente para o fato que leva nessa noite ao baile dos Cohen, em honra dos anos de Raquel Cohen. Dâmaso também aparece de repente, pedindo a Carlos para ver um doente "daquela gente brasileira", os Castro Gomes. Trata-se da filha, a menina Rosa. Os pais tinham partido essa manhã para Queluz, a visitar o palácio.
Ao chegar ao Hotel, Carlos verifica que a pequena já estava ótima. Carlos dá uma receita a Miss Sara, a governanta.
 Às 10 horas da noite, ao preparar-se para o baile de máscaras, aparece Ega (mascarado de Mefistófeles / diabo), dizendo que o Cohen o expulsara da sua casa (ao que parece, descobrira o caso dele com Raquel, a sua mulher), e Ega quer desafiar o Cohen para um duelo, mas Carlos e Craft desmotivam-no. Carlos e Craft fazem ver a Ega que Cohen é que pode realmente querer um duelo, pelo facto de ser o ofendido a quem Ega traíra, sendo amante da sua mulher.
Na manhã seguinte ficam à espera que chegue o aviso para o esperado desafio, mas realmente nada acontece, exceto a vinda da criada de Raquel Cohen, a anunciar que a senhora tinha sido espancada pelo marido e que partiam nesse dia para Inglaterra, deixando Portugal. Ega dorme nessa noite no Ramalhete e decide deixar Lisboa.
            Na semana seguinte, só se ouve falar do Ega e do seu comportamento imoral. Todos lhe “ caem em cima" e, além disso, só lhe acontecem desgraças, pois está completamente arruinado, precisando mais uma vez de recorrer à generosidade de Carlos, pedindo-lhe dinheiro emprestado.
 Carlos vai progressivamente ficando íntimo dos condes de Gouvarinho. Ele visita a Gouvarinho e dá-lhe um tremendo beijo, mesmo antes da chegada do conde Gouvarinho.

Pistas para os próximos episódios:
-Como irá Ega superar o desaire provocado pela descoberta do seu romance com Raquel Cohen?
-Será que Carlos vai finalmente ser apresentado a Maria Eduarda?
Sondemos os próximos capítulos.


Autores: Ariana Vaz, Miguel Belo, 11º L3

Resumo do Capítulo VIII d'Os Maias



Este capítulo relata o episódio da ida a Sintra. Carlos convida o maestro Cruges para um passeio na vila, na esperança de aí encontrar Maria Eduarda, que passeia por aquelas paragens, tendo Dâmaso como cicerone.
Carlos fica desiludido com o passeio, pois não consegue satisfazer a sua expetativa de se cruzar com a mulher que domina os seus pensamentos.
Apercebemo-nos que Sintra era um espaço propício a encontros fortuitos com mulheres, como se depreende da estadia de Eusebiozinho e do jornalista Palma Cavalão no hotel Nunes, acompanhados de duas espanholas.
        
Numa manhã, por volta das oito horas, pontualmente, Carlos parava o break na rua das Flores, diante do conhecido portão da casa do Cruges (conhecido no Ramalhete como “ o maestro “), mas o senhor Cruges já não morava ali.
         Carlos foi então informado por uma criada que o senhor Cruges tinha ido viver para a rua de S. Francisco. Durante um momento, desesperado como estava, Carlos chegou a pensar em partir sozinho para Sintra.
         Já na rua de S. Francisco, Carlos esperou durante um quarto de hora, até que por fim o maestro desceu a correr, sendo admoestado, de cima, pela voz da mãe, que lhe pedia para não se “ esquecer das queijadas “.
         Cruges subiu precipitadamente para a almofada, ao lado de Carlos. Estava uma manhã muito fresca, toda azul e branca, sem uma nuvem, com um lindo sol que não aquecia. O maestro desde os nove anos que não ia a Sintra.
         Pouco a pouco o sol elevava-se e eles iam vencendo a estrada, acabando por chegar à Porcalhota, onde o maestro ansiava banquetear-se com o famoso coelho guisado. Carlos, para lhe fazer companhia, aceitou apenas beber uma chávena de café.
         Carlos só pensava no motivo que o levara a Sintra. Havia algum tempo que ele não avistava uma certa figura e que não encontrava o negro profundo dos seus olhos, que se tinham fixado nos dele. Supunha ele que ela estava em Sintra e não esperava nem desejava nada, apenas querendo cruzar-se com ela.
         Depois de algum tempo de viagem chegaram às primeiras casas de Sintra. Cruges estava desejoso de ficar no hotel Lawrence, mas Carlos, imaginando que aí estaria hospedada a mulher dos seus sonhos e para não dar a entender que andava a segui-la, defendeu que era preferível irem para o hotel Nunes, onde se comia muito bem.
         À porta do Nunes, Carlos precipitou-se para a entrada, perguntando ao criado se ele conhecia o senhor Dâmaso Salcede, tendo o criado respondido que ele estaria no hotel Lawrence.
         No hotel Nunes, Carlos e Cruges surpreenderam Eusebiozinho e o diretor do jornal “ Corneta do Diabo “ acompanhados de duas prostitutas espanholas. Eusebiozinho chegou a mostrar-se envergonhado, inventando desculpas para justificar o facto de estar ali.
         Às duas horas Carlos e Cruges saíram do hotel para fazerem um passeio a Seteais. Alimentando a secreta esperança de vislumbrar Maria Eduarda, em frente do Lawrence, Carlos retardou o passo, para mostrar o hotel a Cruges.  
         À media em que iam caminhando, observavam as belíssimas paisagens de Sintra. Durante o passeio, cruzaram-se com o poeta Alencar, que os acompanhou na caminhada. Pensaram em subir ao palácio da Pena, mas Carlos teve ainda o cuidado de voltar à Lawrence, tendo aí obtido a informação de que os Castro Gomes, acompanhados de Dâmaso, tinham partido para Mafra e de lá iriam para Lisboa, pois a senhora estava em cuidados com a filha.
         Então o espaço idílico de Sintra perdeu repentinamente o interesse para Carlos (espaço psicológico), que se mostrou saturado do passeio, querendo regressar rapidamente a Lisboa. No caminho de regresso, de repente soou a voz de Cruges, que lamentava o facto de se ter esquecido das queijadas.

Continua a ser adiado o encontro entre Carlos e Maria Eduarda. Nesta altura espera-se que a curiosidade do leitor esteja ao rubro. Avencemos na leitura do próximo capítulo.

Autoras: Anastasia Gladka, nº 2, 11º L3, e Jóia Dabó, nº 14, 11º L3

Resumo do Capítulo VII d’Os Maias



Sumário dos acontecimentos mais importantes:
-Craft, um gentleman inglês, e também Dâmaso (protótipo do novo rico), tornam-se frequentadores do Ramalhete;
-Os Castro Gomes, que estavam no Porto, regressam a Lisboa e Carlos cruza-se no Aterro com a mulher cuja imagem ocupa permanentemente a sua mente;
-Ega ocupa-se com a organização de um baile de máscaras, na casa dos Cohens;
-A condessa Gouvarinho serve-se do pretexto de que o filho está doente, para poder aproximar-se de Carlos, visitando-o no seu consultório;
-Carlos sabe que a senhora Castro Gomes está em Sintra e convida Cruges para um passeio na vila, na esperança de poder rever a mulher dos seus sonhos.

A ação narrada no capítulo VII inicia-se no Ramalhete, com Afonso e Craft a jogarem uma partida de xadrez depois do almoço. Craft torna-se assim íntimo da casa dos Maias e, à sua semelhança, também Dâmaso começa a frequentar esta casa, seguindo Carlos para todo o lado e procurando imitá-lo.
Carlos, que tem poucos doentes, deixa de investir tanto no consultório e, face aos boatos lançados por médicos ‘rivais’ de que ele fazia horríveis experiências com os doentes, abandona um pouco a investigação no laboratório. Assim, dedica então os seus dias a escrever o seu livro.
Os Castro Gomes regressam a Lisboa, depois de uma ida ao Porto.
Ega, que anda ocupado com a organização de um baile de máscaras na casa dos Cohen, vai ao Ramalhete pedir dinheiro emprestado a Carlos, para pagar uma dívida que tem com Eusebiozinho. Os cinco convivas presentes acabam por pôr a conversa em dia e os que tencionam ir ao baile de máscaras decidem sobre se vão e como vão mascarados ao acontecimento na casa dos Cohen.
Dâmaso deixa de aparecer no Ramalhete por uns tempos e ninguém sabe dele.
 Carlos avista Maria Eduarda, num dia em que passeia pelo Aterro, na companhia de Steinbroken. Para Steinbroken, o Aterro estava particularmente monótono e triste naquele dia, mas, contrariamente, Carlos considerou-o lindo, puro e perfeito, depois de ter visto a sua musa. Numa segunda visita ao Aterro, Carlos vê novamente Maria Eduarda, acompanhada do marido. A partir dessa altura desloca-se várias vezes, durante a semana, ao Aterro, na esperança de ver novamente Maria Eduarda.
A condessa Gouvarinho, com a desculpa de que o filho se encontra doente, procura Carlos no consultório. Carlos examina o menino e percebe que este está bem de saúde, tendo apenas uma borbulhinha no pescoço. A visita ao consultório é, portanto, apenas um pretexto de madame Gouvarinho para se aproximar de Carlos e ter um romance com ele.
À saída do consultório, Carlos vê Dâmaso num coupé. Numa subtil alusão a Maria Eduarda, Dâmaso diz-lhe, de passagem, que anda a ter um romance com uma linda mulher.
Ao serão, no Ramalhete, joga-se dominó, ouve-se música e conversa-se. No meio da conversa, Carlos fica a saber que a mulher com quem Dâmaso diz ter por aí um romance é a Sra. Castro Gomes.
Carlos, indignado com a falta de fidelidade de Dâmaso, por este ter criticado e repugnado dias antes a família Castro Gomes, fica furioso. Este convida então Cruges a ir a Sintra no dia seguinte, pois tomara conhecimento, por intermédio de Taveira, que Maria Eduarda aí se encontrava na companhia de seu marido e de Dâmaso.

Previsões para os próximos episódios:
-Afigura-se que o baile de máscaras vai ser um acontecimento social importante, badalado na imprensa da época;
-Prevê-se um romance entre Carlos e a madame Gouvarinho;
-Em relação a Maria Eduarda, aconselha-se a leitura dos próximos capítulos, para se desvendar se Carlos vai realmente conseguir cruzar-se com ela…

Autoras: Catarina Rodrigues, nº 7, e Maria Inês, nº 17, 11º L3

O meu êxito pessoal


 Os fatores que interferem no nosso êxito pessoal são principalmente a educação, o otimismo e, acima de tudo, a perseverança.
 Embora haja pessoas a quem não foi preciso nem boa educação, nem perseverança, nem o otimismo, nem qualquer outro factor que as levasse ao êxito, tendo contado apenas com a sorte, isso não acontece a todos e por isso devemos dizer que, mesmo que a sorte não nos calhe, devemos persistir e não desistir de procurá-la, para, quem sabe, a podermos alcançar.
O êxito pessoal será influenciado pela educação, porque estamos num mundo em que a educação é um factor indispensável, seja para o sucesso ou para qualquer outro fim. A educação leva-nos a atingir seja o que for, sendo assim importante sabermos respeitar, estar, falar com as pessoas ou apenas saber ouvir com atenção, sem criticar ou descriminar.
 Além da educação importa também o otimismo e a perseverança. O otimismo ajuda bastante, pois, só de pensarmos positivo e acreditarmos seja no que for, aquilo que desejamos acabará por se realizar! E a perseverança também é importante para atingirmos o que queremos, mas para isso temos de persistir e nunca desistir dos nossos objetivos!
Em suma, o êxito pessoal será principalmente o resultado da interferência destes três fatores e cada um que o alcançar deverá sentir-se orgulhoso de si próprio e dar graças a Deus pela sua persistência, otimismo e principalmente pela sua ótima educação. 

Autora: Letícia Duarte, nº 16, 11º L3

Arte


A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia e revolta) e demonstra as emoções humanas. Apresenta-se em várias formas, nomeadamente a música, escultura, arquitetura, etc.
A arte é muito importante para o Homem. Através da arte o ser humano pode aperfeiçoar os sentidos, como por exemplo a visão, a audição, etc.
A nossa capacidade de imaginação permite-nos criar obras fantásticas e a arte vem de há muito tempo (desde antes de Cristo). Podemos constatar que, com a evolução do homem, os sentidos artísticos foram melhorando.
Enfim, a arte é magnífica, mas difícil de realizar, pois é preciso talento e muita prática, para se conseguir ser um artista perfeito. De qualquer modo devemos reconhecer que, sem ela, o Homem seria uma pessoa mais ignorante.
(126 palavras: Este texto poderia ser mais enriquecido com argumentos e exemplos, podendo assim atingir o número mínimo de palavras exigido num texto de opinião. De qualquer modo o primeiro passo está dado e novos textos virão…).

Autor: Tiago Pais nº27, 11º L3

Meus caros amigos, aconselho-vos a leitura d`Os Maias pelos seguintes motivos: são uma obra-prima do escritor Eça de Queirós, um romance que acompanha três gerações de uma família e que trata também um tema que ainda hoje é tabu, o incesto.
 Pedro da Maia, filho de Afonso da Maia, prognostica a decadência da família, quando se apaixona por Maria Monforte, filha de um negreiro, que vem a fugir com um amante. Pedro, incapaz de ultrapassar o facto de ter sido abandono, suicida-se. Esta é a trama da intriga secundária, porque a intriga principal gira à volta dos dois netos de Afonso da Maia, Carlos Eduardo e Maria Eduarda, que acabam por viver um romance, sem saberem que são irmãos.
 A história da família tem como pano de fundo o quadro social da vida lisboeta, reproduzido em “ Episódios da Vida Romântica “, que retratam a sociedade lisboeta do final do século XIX. É na interligação da ação principal com uma sucessão de acontecimentos de âmbito social que se proporciona a radiografia da sociedade lisboeta.
Esta obra é a expressão do tédio e da decadência nacional, espelho do desânimo da Geração de 70 (1870), transformada no grupo dos "Vencidos da Vida". A história está organizada em dezoito capítulos, que se podem também acompanhar através dos vídeos existentes no you tube, com gravações de momentos de novela brasileira, inspirada neste romance.
 Espero, sinceramente, que experimentem ler esta obra muito interessante e que apreciem a leitura.

Autor: Rúben Silva Nº23 11ºL3

Eu sou do contra


Eu, como toda a gente, sou contra muita coisa.
Sou contra o elevado número de impostos que o nosso governo exige, quando, muitas das vezes, não se justifica que nos condenem a tanto sacrifício.
Sou contra os elevados preços dos produtos base de que precisamos diariamente.
Sou contra o facto de as pessoas se verem obrigadas a ter dois ou mais empregos para conseguirem sobreviver neste país.
Sou contra a política, pois acho que os políticos são muitas vezes uns corruptos que nos tiram o pouco que nós temos e enriquecem à nossa custa.
Sou contra a violência doméstica e os maus-tratos que sofrem algumas mulheres, crianças e pessoas mais frágeis de todo o mundo.
Sou contra os condicionalismos que forçam os nossos jovens abandonar o país para ir à procura de trabalho, porque o nosso país não lhes dá as oportunidades merecidas pelas quais estudaram anos a fio.
Sou contra as pessoas que praticam atos sem perdão e que, depois, dizem que foi em nome do seu deus ou por um bem maior.
Eu sou contra tantas coisas que é quase impossível enumerá-las a todas, pois são tantas as que estão mal no mundo!
Enfim! Sou como qualquer outra pessoa que é contra tudo o que está mal neste país e neste mundo, mas que, por mais que fale, poucos ouvirão as suas palavras.

Autora: Rita Costa Nº22 11ºL3

Do Contra


Eu sou do contra,
Contra a existência de gente bilontra,
Contra a quebra do direito humano,
Seja por maldade ou por engano.

Não adiro a grupos farsantes
Fujo a ambientes degradantes,
Oponho-me ao gozo e aos apupos
Distancio-me sempre desses grupos.

Sou contra uma sociedade corrupta
Sem vontade nem opinião,
Precisa-se de uma mudança abrupta,
Algo para restaurar o atual conceito de cidadão.

É com tristeza que vejo desunião
Com uma inacreditável dimensão.
Quem procura uma solução sempre encontra,
E eu procuro, pois eu sou do contra.

Autor: Rafael Fernandes, nº  21, 11º L3

A História dos Escuteiros: O que são, realmente, os Escuteiros


Sabem o que são os escuteiros? 
Aos 6 anos as crianças são inscritas pelos pais num movimento que não sabem em que consiste ou mesmo como funciona.São inscritas nos escuteiros por 3 razões, em função dos interesses dos pais: porque os pais tiveram amigos que recomendaram os escuteiros como uma fonte de educação para um maior desenvolvimento da criança; porque frequentaram os escuteiros e têm deles boas recordações; porque encaram os escuteiros  como um depósito das crianças durante o fim de semana.
Aos 6 anos, muitas vezes ainda  sem se saber ler e escrever, pouco se sabe acerca dos escuteiros, mas, para se atingir a promessa de lobito, não é preciso de muito, basta conhecerem-se algumas leis e agir-se de acordo com elas. Mas afinal o que é isto dos escuteiros?E o que são os lobitos?
        Os lobitos são frequentados dos seis aos dez anos. Esses lobitos são uma secção que tem como ìdolos" patronos “ ou personagens conheçidas, nomeadamente figuras que marcam e continuam a marcar a infância de todos, como por exemplo desenhos animados do Livro da Selva, que mostram a realidade  sobre como viver a vida e ajudar os outros.Nos lobitos pouco se sabe acerca do que é realmente o escutismo e do que lá se pratica.
Quando chegam aos dez anos, as crianças passam para os exploradores, uma secção dos 10 aos 14 anos de idade, onde assumem um  compromisso muito maior do que o anterirmente realizado, compromentendo-se com Deus a pátria e a igreja.A partir dos exploradores tudo começa a ser diferente, pois aprende-se a cozinhar, a montar uma tenda ou até mesmo a montar uma mesa só com varas e cizal. Aprendem-se mil e uma coisas, entre elas a ser leal e solidário para com os outros  e, a partir desse momento, os jovens ficam realmente preparados para entender mais sobre o que é o escutismo e crescer como jovens e sobretudo como seres humanos .
E,quando se atingem os 14 anos, chega finalmente o momento mais esperado, entrando-se na grande secção dos pioneiros, à qual pertencem jovens audazes e aventureiros, com idades comprendidas entre os 14 e os 18 anos, sobre os quais sempre se ouviram histórias empolgantes. Esses jovens deixam de ser meros rapazes que simplesmente acompanham os outros nos escuteiros, para passarem a ser seus grandes amigos. É isso que são os pioneiros, um grupo de jovens que já são muito amigos, porque se conhecem muito bem desde os 6 anos. Chega a construir-se um autêntica faternidade e é nisso que consiste o escutismo, um grupo de pessoas com os mesmo ideias,mas ao mesmo tempo tão diferentes uns dos outros, sem no entanto deixarem de ser amigos.
O escutismo é realmente um movimento capaz de impulsionar a vida dos jovens e melhorá-la, assim como a  eles própios, tornando-os melhores. São jovens e crianças que partilham músicas,aventuras histórias e até mesmo conhecimentos uns com os outros.Crescem,aprendem e fazem amizades.
 Na verdade os escuteiros são uma grande família e, quando chegam a mais velhos, contam as suas histórias aos filhos que, quando são novos, talvez não compreendam, mas, com o passar do tempo, se entrarem nos escuteiros, irão saber o que é realmente uma faternidade de amigos e companheiros, enfim, verdadeiros camaradas, para o bem e para o mal.

Autores: Carlos Tavares, nº5, 11º L3

O Amor


Todos os seres humanos se questionarão, certamente, sobre o que é o Amor e serão forçados a reconhecer que o Amor não tem definição, pois é um  sentimento inexplicável.
 Como já reconhecia o nosso ilustre poeta Camões, o amor é um sentimento contraditório, que nos põe a rir e a chorar ao mesmo tempo, um sentimento capaz de despertar em nós emoções desconhecidas. Podemos aprender muito com ele, aprender a confiar, a acreditar, a desejar, a sonhar de uma maneira diferente...
 Todas as pessoas buscam o amor, mas, simultaneamente, também há quem o tema e receie ser atingido pelas suas consequências avassaladoras. Realmente, o Amor, sendo um sentimento que desperta felicidade, também tem o seu lado negativo. Por exemplo, por vezes uma desilusão amorosa pode ser bastante difícil de superar ou pode ser um momento que ficará para sempre marcado na nossa vida.
Embora tendo em conta as desilusões que possa causar, podemos na verdade concluir que o amor verdadeiro é muito bonito.

Autor: Catarina Guterres, nº 6, 11º L3

quarta-feira, 7 de março de 2012

O sonho comanda a vida "texto da turma"




A frase “ O sonho comanda a vida “ traduz bem a condição de insatisfação do homem, que o leva constantemente a criar mundos imaginários e a lutar por atingir aquilo que não tem, dourando a realidade através da sua fantasia e tentando alcançar as suas ambições.
É através dos sonhos que o homem dá significado à sua vida (Jóia), tentando ir sempre mais além e encontrando forças para se reerguer e voltar a lutar, quando se depara com dificuldades (Dário). O sonho é, portanto, um motor da vida humana, estimulando o espírito e fazendo do homem um criador.
Sem o sonho de desvendar o desconhecido, de avançar no conhecimento ou de encontrar soluções para melhorar a vida humana, o homem nunca teria ido à Lua, Galileu nunca teria descoberto que a terra gira em volta do sol, a AMI nunca teria sido criada e milhares de pessoas morreriam à fome e ao abandono (Mª Inês)
                As pessoas, para serem saudáveis e felizes, precisam de alimentar sonhos e de lutar por eles. (Ariana).  O homem que goza com os sonhos dos outros não percebe que a vida se torna árida e vazia, quando se perde a capacidade de sonhar (Sara).
Os sonhos “ comandam a vida “, pois, se por exemplo ambicionamos ser um polícia ou um médico, temos que nos empenhar para concretizarmos esse objetivo. (Carlos)
Alimentamos sonhos desde a mais tenra idade, havendo sempre alguns que se destacam com mais intensidade e que vão influenciando as nossas decisões. Algumas dessas decisões implicam escolhas fáceis, mas outras são mais difíceis de sustentar, porque podem exigir muitos sacrifícios, por exemplo quando tem de se optar pela família ou o amor a favor das ambições (Catarina Tomé). Sejam eles grandes ou pequenos, a concretização dos sonhos envolve empenho e esforço e por isso fazem-se escolhas que decidem os caminhos que se seguem (Inês)
Sem dúvida que a luta pelos nossos objetivos nem sempre é fácil, embora a sabedoria popular alimente a ideia de que “ nada é impossível “. Desde crianças que somos levados a acreditar nisso, por exemplo através das mensagens transmitidas pelos desenhados animados, cujas personagens mágicas vão satisfazendo desejos que levam a outros desejos, numa escalada que também traz a desilusão, uma vez que a realização de todas as ambições nem sempre é possível, quando elas se tornam demasiado excessivas ou quando implicam que se tomem decisões. (Carlos / Sónia) No entanto, como algumas pessoas costumam dizer, se investirmos muito nos nossos sonhos e, se acreditarmos neles, muitos deles acabarão por concretizar-se. (Anastásia)
                Para concluir, poderemos, então, afirmar, sem questionar, que “ os sonhos comandam a vida “, porque a maioria das coisas que fazemos é em função do desejo de lhes darmos realidade. ( Flávia

segunda-feira, 5 de março de 2012

Resumo do capítulo VI d'Os Maias

Neste capítulo dá-se um encontro à entrada do Hotel Central, em Lisboa, que parece sugerir a chegada de alguma perturbação. Carlos e Craft deparam com a visão de uma lindíssima senhora loira, servida por um preto de “ casaca e calção “ e com uma bonita cadelinha. Que estará esta senhora a fazer em Lisboa, hospedada no Hotel Central e que estranho magnetismo explica o fascínio que ela exerceu em Carlos?
            Carlos decidiu ir visitar Vila Balzac, a casa do Ega, alugada na Penha de França. Ninguém o veio receber, embora lhe parecesse ter ouvido barulhos vindos do interior da casa.
            Conforme sugestão do Ega, no dia seguinte Carlos voltou e Ega já o esperava, tendo-o recebido com todas as cerimónias. A casa estava pobre de decoração, como convinha a um filósofo.
            Entretanto Carlos tinha estado na casa de Madame Gouvarinho e os dois amigos falaram sobre isso. Carlos tinha experimentado algum interesse por esta mulher, mas acabou por confessar a Ega, que a Madame Gouvarinho logo perdeu para ele o encanto. Este era uma grande defeito de Carlos, que o tornava incapaz de se fixar numa mulher, acabando apenas por ficar amigo de todas.
            Ega disse a Carlos que ele era como D. Juan, eternamente à procura do amor e, quando julgava encontrá-lo, verificava que se tinha enganado, decidindo continuar à procura, aproximando-se de outras mulheres. Ega lança aqui um prognóstico, dizendo a Carlos que ele pode vir a acabar como D. Juan (outro indício de fatalidade).
            Saíram e, no caminho, encontraram Craft, colecionador de bricabraque, que tinha uma bonita casa nos Olivais. Ega ainda quis voltar a casa para oferecer uma bebida, mas Craft libertou-o, dizendo que aproveitava o facto de estar ali para visitar um amigo.
            Entretanto Ega convidou-os para um jantar no Hotel Central, no dia seguinte. Entretanto o jantar foi sendo adiado, pois Ega foi incluindo mais pessoas e acabou por transformá-lo numa homenagem ao seu amigo Cohen.
No dia do jantar, Carlos veio a encontrar Craft numa loja de um hebreu antiquário. Falaram sobre a casa de Craft nos Olivais e do seu precioso bricabraque, mas Craft confessou que queria desfazer-se de tudo aquilo.
            Entraram então no Hotel Central e nesse momento viram chegar um coupée. De dentro saiu uma senhora loira, muito bonita, que deixou Carlos e Craft num estado de atracção e admiração e arrancou de Craft o elogio em Francês “ três chic “.
            Em cima, Ega já estava presente, conversando com Dâmaso Salcede, representante do novo-riquismo da época.
            Craft comentou o facto de terem visto à entrada do hotel uma mulher bonita, com uma cadelinha ao colo, e Dâmaso, que estava a conversar com Ega, decidiu vangloriar-se de a conhecer. Tratava-se da família dos Castros Gomes com quem tinha viajado de comboio, vindos de Bordéus. Dâmaso falou no seu interesse por Paris e referiu também o seu tio anarquista, que vivia na capital francesa. Apareceu em seguida o poeta Alencar, a quem Ega também apresentou Carlos. Alencar ficou emocionado, po conhecer o filho do seu grande amigo Pedro.
            Alencar explicou a Carlos que ele tinha tido alguma influência na escolha do seu nome, pois a mãe não tinha querido dar-lhe o nome Afonso, do avô, e então, como ela andava a ler um romance cuja personagem principal era Carlos Eduardo, o último dos Stuarts, Alencar sugeriu-lhe que desse esse nome ao filho. Apareceu por fim Cohen, o grande convidado do jantar.
            Falou-se então de crimes na Mouraria, entre fadistas. Carlos achava que esses crimes mereciam um romance, o que levou à discussão sobre o realismo. Alencar, poeta romântico, era contra o realismo, por mostrar os aspetos feios da realidade. Alencar achava que não se devia mencionar o “ excremento “, enquanto comiam. Craft estava do lado de Alencar, sendo contra o realismo e o naturalismo. Achava que a arte devia ser uma idealização, mostrando as formas mais belas da vida e não as feias. Carlos achava que o mais intolerável no realismo eram os “ ares científicos”, a ideia do positivismo e do experimentalismo. Ega então achava que o realismo ainda devia ser mais científico e dar-se menos à fantasia.
            A conversa desviou-se para uma pergunta feita a Cohen, a propósito de empréstimos e Cohem disse mesmo que as grandes fontes de receitas no país eram os empréstimos e os impostos. Carlos então achava que assim o país ia para a bancarrota e Cohen disse que essa bancarrota já ninguém a podia evitar.
            Então Ega achava que o melhor era a bancarrota e depois uma revolução que acabasse com a monarquia. Portugal livrava-se depois da dívida e das velhas pessoas. Cohen dizia a Ega para não ser tão radical, já que havia homens de talento no país. Cohen era o director do Banco Nacional e não queria ver assim enxovalhados os homens de talento em Portugal, mas reconhecia que o país precisava de reformas.
            Ega então achava que era precisa a invasão espanhola e Dâmaso disse que fugiria logo para Paris. Ega riu-se e criticou a cobardia de alguns portugueses, mas Alencar defendia o patriotismo.
            Os empregados serviram um prato à Cohen, que Ega tinha encomendado em honra do amigo. Por fim serviu-se o café e levantaram-se da mesa. Começaram a falar outra vez sobre literatura e Ega criticava o romantismo. Finalmente Ega discutia com Alencar e quase que haveria pancadaria se os outros não os separassem. Aquele hotel tão chique estava a ganhar um ambiente de taverna, à maneira portuguesa.
            A discussão acabou com os dois a fazerem as pazes e a elogiarem-se um ao outro. No final Ega saiu com Cohen e Carlos foi com Dâmaso e Alencar a pé pelo Aterro. Dâmaso não parava de fazer elogios a Carlos, que ao mesmo tempo ia sabendo informações sobre a tal senhora brasileira que tinha visto à entrada do hotel e que Dâmaso disse que conhecia. Dâmaso partiu e Carlos continuou acompanhado de Alencar, que lhe falava do tempo em que era amigo de Pedro. Afastaram-se à porta do Ramalhete. Já no quarto, Carlos lembrou-se da história dos pais, que Ega um dia lhe tinha contado, durante uma bebedeira, a mãe que tinha fugido com outro e o suicídio do pai. Assim que adormeceu começou a sonhar com a senhora que tinha visto à entrada do hotel. Ela passava e o Craft dizia “ Trés chic “.

Resumo do capítulo V d'Os Maias

Neste momento da ação, toma-se contacto com alguns tipos sociais, nomeadamente a família dos Gouvarinhos e dos Cohen, gente da política e da banca. Já agora é importante que se recorde a definição de personagem tipo (personagem que representa um grupo social, pretendendo-se, através dela, criticar os vícios da classe a que pertence). Conhece-se o teatro da vida burguesa, com os seus representantes, entregues a uma vida de diletantismo e de ociosidade. São apontados, como locais de encontro e espaço físico da vida social, o Chiado, o Rossio, os cafés e o teatro de S. Carlos.
CAPÍTULO V
 De regresso a casa, após uma visita à sua primeira doente, uma bela rapariga de origem alsaciana, casada com um padeiro do bairro, que tinha sido atingida por uma pneumonia, Carlos ainda veio encontrar o avô envolvido numa partida de whist com os seus amigos. Afonso sentia-se grato para com esta doente, que possibilitava o reconhecimento de Carlos como médico, tendo por isso chegado a enviar-lhe umas garrafas de Bordéus.
 Carlos pediu informações acerca de Ega, que andava desaparecido, e entretanto Vilaça esclareceu que ele tinha aparecido no escritório, indagando sobre os preços da decoração do consultório de Carlos. Constava-se que Ega pretendia montar casa e, na opinião de Vilaça, ele vinha talvez meter-se na política, mas, segundo D. Diogo, a ocupação de Ega relacionava-se com uma mulher.
            No Ramalhete jogava-se também bilhar e discutia-se política. Cruges alegrou o ambiente com a sua música, tocando piano. Os escudeiros serviam bebidas (St Emilion, Porto, ponche quente), croquetes e sanduíches.
            É feita uma descrição da sala, referindo-se o seu luxo, a sua decoração, estilo Luís XV, as tapearias, as poltronas, etc.
            Vilaça confidenciou com Eusebiozinho acerca das extravagâncias dos Maias, referindo o facto de Carlos ter “ tomado uma frisa de assinatura “, em S. Carlos, quando afinal ia tão poucas vezes ao teatro, acabando a frisa por ser mais frequentemente ocupada pelos amigos. Gastava-se muito em esmolas, pensões, empréstimos que nunca mais eram pagos, não se fazendo reservas  de dinheiro, embora a casa tivesse rendimentos bastantes para suportar todas as despesas.
             Conversando-se sobre ópera,Taveira fez alusão ao conde Gouvarinho, par do reino, e à sua mulher, condessa de Gouvarinho. Este casal também tinha tomado uma frisa de assinatura no teatro, ao lado da de Carlos. Respondendo a uma pergunta de Carlos sobre o seu amigo Ega, Taveira esclareceu ainda que o tinha visto na frisa dos Cohens e fizeram-se comentários sobre a possível aventura de Ega com Raquel Cohen, mulher do banqueiro Cohen. Os convivas foram, entretanto, abandonando o Ramalhete.
            O laboratório de Carlos estava finalmente pronto e Carlos tinha entretanto ganho alguma fama de médico, devido à cura de Marcelina, a mulher do padeiro. Tinha, assim, alguns doentes no bairro e recebia algumas visitas no consultório. Os colegas que, a princípio, lhe atribuíam algum reconhecimento, começaram a considerá-lo “ um asno “, devido à sua reduzida clientela. Carlos pouco mais fazia do que ocupar-se dos seus cavalos, do seu luxo e do seu bricabraque (objetos de arte / antiguidades). Para além disto, tinha escrito dois artigos para a “ Gazeta Médica “, planeava escrever um livro com o título “ Medicina Antiga e Moderna “ e sentia-se, ainda, atraído pela ideia de criar uma revista, proposta por Ega, que entretanto se esquivava a discutir este plano, pois andava sempre fugido, sendo visto no teatro na companhia dos Cohen.
            Ega dizia que andava muito ocupado a procurar casa, mas era visto a deambular constantemente pelo Chiado e pelo Loreto, em jeito de aventura. O romance do Ega já começava a ser comentado no “ Grémio “ e na “ Casa Havanesa “.
             Um dia Ega irrompeu pelo consultório de Carlos, para lhe ler um excerto do seu livro, “ Memórias de um Átomo “, um capítulo que remetia para a Idade Média, sobre os amores contrariados de uma judia por um poeta e cavaleiro. Carlos percebeu perfeitamente, nessa judia, a representação da amada Raquel Cohen. Uns dias depois, Carlos encontrou num jornal uma referência à leitura deste capítulo das “ Memórias de um Átomo “, em casa dos Cohen, num artigo que causou a indignação de Ega, que não gostou das apreciações dos jornalistas.
            Ega falou a Carlos no interesse que a família Gouvarinho tinha manifestado em conhecê-lo, sobretudo a condessa. Carlos lembrou-se, então, dos olhares que madame Gouvarinho lhe dirigia à noite, no teatro. Carlos foi então essa noite a S. Carlos, mas a saída revelou-se inútil, porque esse dia não estavam presentes nem Ega nem os Cohen nem os Gouvarinho. Ao deitar-se, em conversa com Baptista, o seu criado de quarto, Carlos procurou obter informações sobre a família dos Gouvarinhos, já que Baptista conhecia o criado de quarto do conde. Carlos soube então que o conde era um sovina, que tinha oferecido ao criado um fato já em tão mau estado que o criado o tinha deitado fora. Além disso o casal também não se dava bem, tendo o criado presenciado uma cena em que madame Gouvarinho tinha partido a loiça, durante uma discussão.
             Carlos foi finalmente apresentado aos Gouvarinho, uma noite, em S. Carlos. A condessa observou a Carlos que o tinha visto, no verão, em Paris. No final do espectáculo, o conde mostrou-se honrado por conhecer um homem com a distinção de Carlos, e a condessa informou-o que recebiam às terças-feiras.

domingo, 4 de março de 2012

Homenagem à Turma do Contra, imitando o estilo de Camões. "texto da prof."


1
Eu quero cantar com bastante afinco
Esta turma gentil e acolhedora,
Nos elogios juro que não minto,
Por favor não me julguem impostora!
Reajo assim à atenção que em vós sinto
Nos bons trabalhos de última hora!
Reflitam então com muita atenção,
Pois quero chegar-vos ao coração!

2
E vós ó grande musa inspiradora,
Companheira em momentos de aflição,
Não me falteis com a chama protectora,
Dai-me eloquência, dai-me paixão!
Pois preciso de uma escrita sedutora, 
Com palavras de grande convicção!
Para mover os menos convencidos
A serem dos livros muito entendidos!

3
Pois, que tenho eu para agradecer?
Desejo contar-vos bem claramente,
Exprimir-me sem mais tempo perder,
Não querendo ser ingrata eternamente:
Aos que mostram desejo de aprender,
Eu rendo-me reconhecidamente;
Aos que desistem de se empenhar
O que me resta mais aconselhar?

4
Vejamos os alunos cumpridores,
Os que têm planos e ambições,
Empenhando-se nas atividades,
Fazendo textos e composições;
Enquanto que alguns outros, com maldade,
Fogem de trabalhos e obrigações!
Parece ser uma forma meritória
De se atingir fama e alguma glória!

5
 Afinal tudo isto é próprio da idade,
Ofender não será vossa intenção,
São coisas próprias da impulsividade,
Que resulta das vossas emoções!
Mas convém não esquecer a autoridade
Do professor e suas convicções,
Se temos que trabalhar e avançar,
Convém vencer a o obsessão de brincar!

6
Regras e normas nesta bela idade
São ainda um dever para se cumprir,
Vamos admitir, com toda a verdade,
Que de crescer não podemos fugir!
Por isso usemos as habilidades
 Para inventar um futuro a sorrir.
E assim não iremos retroceder,
Na vontade de estudar e aprender!

Autora: Professora Judite

sábado, 3 de março de 2012

Resumo do capítulo IV d'Os Maias


Temos  finalmente Carlos formado em medicina, com muita distinção. Em educação e carácter e também força de vontade, tudo parece contribuir para termos um homem útil ao país. Será que algo vai falhar?
Vamos então apreciar como é que Carlos se irá desembaraçar no meio social lisboeta. Será que o irão levar a sério? Parece-nos previsível que isso aconteça, tendo em conta os seus anos de estudo e todo o investimento na sua formação. A partir deste capítulo, vamos observar como o ambiente do século XIX nos é apresentado, sob o olhar crítico de Eça.

 Carlos ia formar-se em Medicina, curso para o qual tinha descoberto a vocação, quando, ainda criança, encontrou no sótão “ um rolo manchado e antiquado de estampas anatómicas “, tendo passado dias a recortá-las e a distribuí-las pelas paredes. Um dia irrompeu mesmo pela sala, a mostrar às Silveiras e ao Eusebiozinho a imagem de um feto no útero materno, o que escandalizou as senhoras, mas obteve a indulgência de Afonso, que louvou a curiosidade do neto em relação ao funcionamento do corpo humano. A partir daí, D. Ana não consentiu mais que Carlos brincasse sozinho com Teresinha, mas as outras pessoas concordavam que Carlos mostrava vocação para a Medicina.
Em Coimbra, enquanto estudou no Liceu, Carlos interessou-se sempre mais por anatomia e, numas férias, a criada Gertrudes, num momento em que desfazia as malas de Carlos, fugiu espavorida, ao deparar com uma caveira. Aliás, sempre que algum criado da quinta adoecia, Carlos consultava os livros, tentando fazer diagnósticos, e já merecia o respeito do médico da quinta, que o tratava por colega. Alguns frequentadores da quinta viam o Direito como uma escolha mais acertada para um fidalgo de tão alta estirpe, mas Afonso entendia que a opção do neto deveria ser levada muito a sério, querendo que Carlos viesse a ser útil ao país, tal como o mais vulgar cidadão.   
 Para se instalar em Coimbra, Carlos teve direito a verdadeiras honras de fidalgo, já que o avô lhe preparou uma casa em Celas, que recebeu o epíteto de “ paços de Celas “, devido à raridade dos seus luxos.
No início o diletantismo de Carlos inspirou a desconfiança dos mais democratas, mas a constatação do interesse de Carlos pelos ideais revolucionários depressa venceu as distâncias e por fim os “ paços de Celas “ eram frequentados por pessoas das mais diversas ideologias.
Os frequentadores dos “ paços de Celas “ entregavam-se a ocupações tão diversas como a esgrima, o whist, o debate das novas ideias que alastravam na Europa (a Democracia, o Positivismo, o Realismo...). Estas tertúlias contavam sempre com a presença de um criado, que servia croquetes aos convivas, acompanhados de cerveja.
Carlos, ao mesmo tempo que se dedicava à Medicina, ocupava-se também com a Arte e a Literatura, tendo publicado alguns sonetos e um artigo sobre o Pártenon e tendo mesmo chegado a compor contos arqueológicos e a tentar a pintura a óleo.
Carlos foi obrigado a moderar o seu diletantismo e a sua dissipação intelectual, pois, se não fosse um fidalgo tão rico e conhecido, ter-se-ia arriscado a chumbar.
 Afonso da Maia vinha, às vezes, passar umas semanas a Celas e se a princípio a sua presença causava intimidação, a sua simpatia, interesse pela arte e literatura foram cativando os frequentadores da casa.
Carlos passava as férias grandes em Lisboa, Paris ou Londres, mas os Natais e Páscoas eram passados em Santa Olávia, que Afonso ia embelezando com luxos de um requinte francês e inglês, mas a existência neste espaço ia-se tornando mais triste, devido à doença, ao envelhecimento e à morte de alguns dos seus habituais frequentadores. As férias só eram divertidas para Carlos quando tinha com ele o seu amigo João da Ega, que também merecia a simpatia de Afonso.
Ega estudava Direito em Coimbra, com pouco afinco, e a sua mãe, uma mulher viúva, rica e beata, que vivia retirada numa quinta, perto de Celorico de Basto, na companhia de uma filha, também viúva, rica e beata, contentava-se com a promessa, feita pelo padre Serafim, de que o seu filho terminaria um dia o curso. Aliás, convinha mais à senhora, envergonhada com a heresia e a rebeldia do filho, que ele se mantivesse afastado em Coimbra.
 Ega, cuja fama de fidalgo rico lhe dava o reconhecimento das famílias, vivia enredado em amores por meninas de quinze anos, filhas de empregados, e o próprio Carlos, que escarnecia destes amores, acabou por se envolver num amor adúltero com a mulher de um empregado do Governo Civil, mas, num dia em que viu o marido enganado a passear com o filho pela mão, sentiu vergonha do seu acto, desistindo da sua aventura.
A segunda aventura sentimental de Carlos em Coimbra foi quando instalou uma rapariga espanhola, com aspecto de “ Dama das Camélias “, numa casa ao pé de Celas. Esta espanhola começou a tornar-se insuportável aos amigos de Carlos, devido ao seu conservadorismo e apreço pela monarquia, de modo que, quando Baptista, o criado de quarto de Carlos, a surpreendeu com um ator de teatro, foi usado o pretexto para que, depois de bem paga, pudesse ser recambiada para Lisboa, o seu espaço de origem.
No acto da formatura de Carlos, houve uma enorme festa em Celas, à qual acorreram todos os amigos, tendo havido mesmo uma serenata.
Carlos partiu para uma viagem de um ano pela Europa e finalmente, no Outono de 1875, veio instalar-se com o avô no Ramalhete. (DÁ-SE NESTE CAPÍTULO O FINAL DA LONGA ANALEPSE INICIADA NO 1º CAPÍTULO. ESTA ANALEPSE FOI NECESSÁRIA PARA SE PERCEBEREM AS ORIGENS DE CARLOS, TENDO EM CONTA A INFLUÊNCIA DE FATORES COMO A HEREDITARIEDADE E A EDUCAÇÃO, NA FORMAÇÃO DO SEU CARÁCTER.)
Carlos alimentava grandes projectos de trabalho e, por isso, tinha enviado da Europa caixotes recheados de livros e aparelhos de laboratório. Afonso incentivava o neto nos seus planos, dando-lhe apoio monetário.
Carlos acabou por instalar o consultório no Rossio e criou também um laboratório num antigo armazém, junto ao Largo das Necessidades.
 Embora os amigos não levassem estes preparativos a sério, Carlos abusou do luxo na decoração do seu consultório e eram de tal modo sérios os seus projectos de trabalho que chegou a fazer anunciar no jornal a abertura deste consultório.
 Entretanto as obras no laboratório arrastavam-se e Vicente, o seu mestre, um homem democrata que desejava expulsar a família real do país, de modo a desimpedi-lo para que pudessem governar as pessoas de saber, ia prometendo o seu avanço.
No Ramalhete, almoçava-se pontualmente ao meio dia. Os almoços eram demorados, prolongando-se para além da uma hora, pois requeriam vagares para se saborear a requintada cozinha, preparada pelo chef francês que os Maias tinham ao seu serviço. Nesses almoços participava também o próprio Reverendo Bonifácio (o gato de Afonso), deliciando-se com as suas sopas de leite.
No final do almoço, Carlos precipitava-se para o trabalho, mas nunca aparecia um único doente e Carlos, juntamente com o criado, entregavam-se à ociosidade, fumando, bocejando e lendo revistas. Por fim Carlos, cansado daquela dormência, abandonava o consultório, dando por terminado mais um dia de trabalho perdido.
Uma manhã, Carlos recebeu a visita do seu amigo Ega, que tencionava instalar-se em Lisboa, com o acordo da mãe e da irmã, já que em Celorico se tinha espalhado uma epidemia de anginas, que foi explicada como uma manifestação da ira divina, perante a presença de tão acérrimo ateu. O certo é que, com o afastamento de Ega, a epidemia desapareceu.
Ega apreciava o consultório, pasmado com o seu luxo, e Carlos apreciava também Ega, elogiando a sua figura e querendo obter esclarecimentos sobre uma Madame Cohen, de quem Ega lhe falava nas cartas e que era, afinal, uma judia, a mulher do banqueiro Cohen, com quem Ega alimentava uma aventura.
Ega inquiria sobre Afonso e o Ramalhete, informando-se sobre os seus frequentadores: D. Diogo, o Sequeira, o conde de Steinbroken, o Taveira, empregado no Tribunal de Contas, Cruges, um  maestro e pianista, o marquês de Souselas e por fim o Eusébio Silveira, que entretanto tinha enviuvado. Faltavam as mulheres, porque não havia quem as recebesse. Ega opinou que era necessário introduzir-se a arte e a literatura nas soirées do Ramalhete, falando do Craft, um coleccionador de arte que tinha herdado uma fortuna.
Carlos e Ega discutiam as novas ideias, comentando o atraso de Portugal, mas, quando bateram as quatro horas, Ega apressou-se a sair, revelando sinais de aventura.
- Ega estava hospedado no hotel Universal e não aceitou o convite de Carlos para se hospedar no Ramalhete.
À saída, Ega ainda informou Carlos que iria publicar o seu livro, aquele livro sobre o qual tinha falado durante dois anos, cujo título seria “ Memórias de Um Átomo “ e cujo assunto seria a “ História das grandes fases do Universo e da Humanidade “.