segunda-feira, 5 de março de 2012

Resumo do capítulo VI d'Os Maias

Neste capítulo dá-se um encontro à entrada do Hotel Central, em Lisboa, que parece sugerir a chegada de alguma perturbação. Carlos e Craft deparam com a visão de uma lindíssima senhora loira, servida por um preto de “ casaca e calção “ e com uma bonita cadelinha. Que estará esta senhora a fazer em Lisboa, hospedada no Hotel Central e que estranho magnetismo explica o fascínio que ela exerceu em Carlos?
            Carlos decidiu ir visitar Vila Balzac, a casa do Ega, alugada na Penha de França. Ninguém o veio receber, embora lhe parecesse ter ouvido barulhos vindos do interior da casa.
            Conforme sugestão do Ega, no dia seguinte Carlos voltou e Ega já o esperava, tendo-o recebido com todas as cerimónias. A casa estava pobre de decoração, como convinha a um filósofo.
            Entretanto Carlos tinha estado na casa de Madame Gouvarinho e os dois amigos falaram sobre isso. Carlos tinha experimentado algum interesse por esta mulher, mas acabou por confessar a Ega, que a Madame Gouvarinho logo perdeu para ele o encanto. Este era uma grande defeito de Carlos, que o tornava incapaz de se fixar numa mulher, acabando apenas por ficar amigo de todas.
            Ega disse a Carlos que ele era como D. Juan, eternamente à procura do amor e, quando julgava encontrá-lo, verificava que se tinha enganado, decidindo continuar à procura, aproximando-se de outras mulheres. Ega lança aqui um prognóstico, dizendo a Carlos que ele pode vir a acabar como D. Juan (outro indício de fatalidade).
            Saíram e, no caminho, encontraram Craft, colecionador de bricabraque, que tinha uma bonita casa nos Olivais. Ega ainda quis voltar a casa para oferecer uma bebida, mas Craft libertou-o, dizendo que aproveitava o facto de estar ali para visitar um amigo.
            Entretanto Ega convidou-os para um jantar no Hotel Central, no dia seguinte. Entretanto o jantar foi sendo adiado, pois Ega foi incluindo mais pessoas e acabou por transformá-lo numa homenagem ao seu amigo Cohen.
No dia do jantar, Carlos veio a encontrar Craft numa loja de um hebreu antiquário. Falaram sobre a casa de Craft nos Olivais e do seu precioso bricabraque, mas Craft confessou que queria desfazer-se de tudo aquilo.
            Entraram então no Hotel Central e nesse momento viram chegar um coupée. De dentro saiu uma senhora loira, muito bonita, que deixou Carlos e Craft num estado de atracção e admiração e arrancou de Craft o elogio em Francês “ três chic “.
            Em cima, Ega já estava presente, conversando com Dâmaso Salcede, representante do novo-riquismo da época.
            Craft comentou o facto de terem visto à entrada do hotel uma mulher bonita, com uma cadelinha ao colo, e Dâmaso, que estava a conversar com Ega, decidiu vangloriar-se de a conhecer. Tratava-se da família dos Castros Gomes com quem tinha viajado de comboio, vindos de Bordéus. Dâmaso falou no seu interesse por Paris e referiu também o seu tio anarquista, que vivia na capital francesa. Apareceu em seguida o poeta Alencar, a quem Ega também apresentou Carlos. Alencar ficou emocionado, po conhecer o filho do seu grande amigo Pedro.
            Alencar explicou a Carlos que ele tinha tido alguma influência na escolha do seu nome, pois a mãe não tinha querido dar-lhe o nome Afonso, do avô, e então, como ela andava a ler um romance cuja personagem principal era Carlos Eduardo, o último dos Stuarts, Alencar sugeriu-lhe que desse esse nome ao filho. Apareceu por fim Cohen, o grande convidado do jantar.
            Falou-se então de crimes na Mouraria, entre fadistas. Carlos achava que esses crimes mereciam um romance, o que levou à discussão sobre o realismo. Alencar, poeta romântico, era contra o realismo, por mostrar os aspetos feios da realidade. Alencar achava que não se devia mencionar o “ excremento “, enquanto comiam. Craft estava do lado de Alencar, sendo contra o realismo e o naturalismo. Achava que a arte devia ser uma idealização, mostrando as formas mais belas da vida e não as feias. Carlos achava que o mais intolerável no realismo eram os “ ares científicos”, a ideia do positivismo e do experimentalismo. Ega então achava que o realismo ainda devia ser mais científico e dar-se menos à fantasia.
            A conversa desviou-se para uma pergunta feita a Cohen, a propósito de empréstimos e Cohem disse mesmo que as grandes fontes de receitas no país eram os empréstimos e os impostos. Carlos então achava que assim o país ia para a bancarrota e Cohen disse que essa bancarrota já ninguém a podia evitar.
            Então Ega achava que o melhor era a bancarrota e depois uma revolução que acabasse com a monarquia. Portugal livrava-se depois da dívida e das velhas pessoas. Cohen dizia a Ega para não ser tão radical, já que havia homens de talento no país. Cohen era o director do Banco Nacional e não queria ver assim enxovalhados os homens de talento em Portugal, mas reconhecia que o país precisava de reformas.
            Ega então achava que era precisa a invasão espanhola e Dâmaso disse que fugiria logo para Paris. Ega riu-se e criticou a cobardia de alguns portugueses, mas Alencar defendia o patriotismo.
            Os empregados serviram um prato à Cohen, que Ega tinha encomendado em honra do amigo. Por fim serviu-se o café e levantaram-se da mesa. Começaram a falar outra vez sobre literatura e Ega criticava o romantismo. Finalmente Ega discutia com Alencar e quase que haveria pancadaria se os outros não os separassem. Aquele hotel tão chique estava a ganhar um ambiente de taverna, à maneira portuguesa.
            A discussão acabou com os dois a fazerem as pazes e a elogiarem-se um ao outro. No final Ega saiu com Cohen e Carlos foi com Dâmaso e Alencar a pé pelo Aterro. Dâmaso não parava de fazer elogios a Carlos, que ao mesmo tempo ia sabendo informações sobre a tal senhora brasileira que tinha visto à entrada do hotel e que Dâmaso disse que conhecia. Dâmaso partiu e Carlos continuou acompanhado de Alencar, que lhe falava do tempo em que era amigo de Pedro. Afastaram-se à porta do Ramalhete. Já no quarto, Carlos lembrou-se da história dos pais, que Ega um dia lhe tinha contado, durante uma bebedeira, a mãe que tinha fugido com outro e o suicídio do pai. Assim que adormeceu começou a sonhar com a senhora que tinha visto à entrada do hotel. Ela passava e o Craft dizia “ Trés chic “.

20 comentários:

  1. brigadão bro, estou a preparar uma apresentação oral e este resumo ajudou-me muito <3

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  2. among us impostor o eca de queiroz tava bem sus

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