segunda-feira, 5 de março de 2012

Resumo do capítulo V d'Os Maias

Neste momento da ação, toma-se contacto com alguns tipos sociais, nomeadamente a família dos Gouvarinhos e dos Cohen, gente da política e da banca. Já agora é importante que se recorde a definição de personagem tipo (personagem que representa um grupo social, pretendendo-se, através dela, criticar os vícios da classe a que pertence). Conhece-se o teatro da vida burguesa, com os seus representantes, entregues a uma vida de diletantismo e de ociosidade. São apontados, como locais de encontro e espaço físico da vida social, o Chiado, o Rossio, os cafés e o teatro de S. Carlos.
CAPÍTULO V
 De regresso a casa, após uma visita à sua primeira doente, uma bela rapariga de origem alsaciana, casada com um padeiro do bairro, que tinha sido atingida por uma pneumonia, Carlos ainda veio encontrar o avô envolvido numa partida de whist com os seus amigos. Afonso sentia-se grato para com esta doente, que possibilitava o reconhecimento de Carlos como médico, tendo por isso chegado a enviar-lhe umas garrafas de Bordéus.
 Carlos pediu informações acerca de Ega, que andava desaparecido, e entretanto Vilaça esclareceu que ele tinha aparecido no escritório, indagando sobre os preços da decoração do consultório de Carlos. Constava-se que Ega pretendia montar casa e, na opinião de Vilaça, ele vinha talvez meter-se na política, mas, segundo D. Diogo, a ocupação de Ega relacionava-se com uma mulher.
            No Ramalhete jogava-se também bilhar e discutia-se política. Cruges alegrou o ambiente com a sua música, tocando piano. Os escudeiros serviam bebidas (St Emilion, Porto, ponche quente), croquetes e sanduíches.
            É feita uma descrição da sala, referindo-se o seu luxo, a sua decoração, estilo Luís XV, as tapearias, as poltronas, etc.
            Vilaça confidenciou com Eusebiozinho acerca das extravagâncias dos Maias, referindo o facto de Carlos ter “ tomado uma frisa de assinatura “, em S. Carlos, quando afinal ia tão poucas vezes ao teatro, acabando a frisa por ser mais frequentemente ocupada pelos amigos. Gastava-se muito em esmolas, pensões, empréstimos que nunca mais eram pagos, não se fazendo reservas  de dinheiro, embora a casa tivesse rendimentos bastantes para suportar todas as despesas.
             Conversando-se sobre ópera,Taveira fez alusão ao conde Gouvarinho, par do reino, e à sua mulher, condessa de Gouvarinho. Este casal também tinha tomado uma frisa de assinatura no teatro, ao lado da de Carlos. Respondendo a uma pergunta de Carlos sobre o seu amigo Ega, Taveira esclareceu ainda que o tinha visto na frisa dos Cohens e fizeram-se comentários sobre a possível aventura de Ega com Raquel Cohen, mulher do banqueiro Cohen. Os convivas foram, entretanto, abandonando o Ramalhete.
            O laboratório de Carlos estava finalmente pronto e Carlos tinha entretanto ganho alguma fama de médico, devido à cura de Marcelina, a mulher do padeiro. Tinha, assim, alguns doentes no bairro e recebia algumas visitas no consultório. Os colegas que, a princípio, lhe atribuíam algum reconhecimento, começaram a considerá-lo “ um asno “, devido à sua reduzida clientela. Carlos pouco mais fazia do que ocupar-se dos seus cavalos, do seu luxo e do seu bricabraque (objetos de arte / antiguidades). Para além disto, tinha escrito dois artigos para a “ Gazeta Médica “, planeava escrever um livro com o título “ Medicina Antiga e Moderna “ e sentia-se, ainda, atraído pela ideia de criar uma revista, proposta por Ega, que entretanto se esquivava a discutir este plano, pois andava sempre fugido, sendo visto no teatro na companhia dos Cohen.
            Ega dizia que andava muito ocupado a procurar casa, mas era visto a deambular constantemente pelo Chiado e pelo Loreto, em jeito de aventura. O romance do Ega já começava a ser comentado no “ Grémio “ e na “ Casa Havanesa “.
             Um dia Ega irrompeu pelo consultório de Carlos, para lhe ler um excerto do seu livro, “ Memórias de um Átomo “, um capítulo que remetia para a Idade Média, sobre os amores contrariados de uma judia por um poeta e cavaleiro. Carlos percebeu perfeitamente, nessa judia, a representação da amada Raquel Cohen. Uns dias depois, Carlos encontrou num jornal uma referência à leitura deste capítulo das “ Memórias de um Átomo “, em casa dos Cohen, num artigo que causou a indignação de Ega, que não gostou das apreciações dos jornalistas.
            Ega falou a Carlos no interesse que a família Gouvarinho tinha manifestado em conhecê-lo, sobretudo a condessa. Carlos lembrou-se, então, dos olhares que madame Gouvarinho lhe dirigia à noite, no teatro. Carlos foi então essa noite a S. Carlos, mas a saída revelou-se inútil, porque esse dia não estavam presentes nem Ega nem os Cohen nem os Gouvarinho. Ao deitar-se, em conversa com Baptista, o seu criado de quarto, Carlos procurou obter informações sobre a família dos Gouvarinhos, já que Baptista conhecia o criado de quarto do conde. Carlos soube então que o conde era um sovina, que tinha oferecido ao criado um fato já em tão mau estado que o criado o tinha deitado fora. Além disso o casal também não se dava bem, tendo o criado presenciado uma cena em que madame Gouvarinho tinha partido a loiça, durante uma discussão.
             Carlos foi finalmente apresentado aos Gouvarinho, uma noite, em S. Carlos. A condessa observou a Carlos que o tinha visto, no verão, em Paris. No final do espectáculo, o conde mostrou-se honrado por conhecer um homem com a distinção de Carlos, e a condessa informou-o que recebiam às terças-feiras.

54 comentários:

  1. Muito bom! Adorei ler o texto. Agrada-me muito o vosso blog! Boa continuação!

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  2. Resumos muito bons, gosto do tipo de letra.

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  3. Mui bom mas ainda não li e é de realçar o tipo de letra.

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    1. Uma das melhores tipografias na história do design

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  4. A nível de conteúdo, está muito pormenorizado e bem concretizado! Para além disso, tem uma boa estética! Parabéns pelo vosso blog

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    1. É de facto um excelente blog, denota-se uma grande capacidade estética, e uma grande mestria no que diz respeito a html. Neste sentido desejo felicitar o criador deste blog

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    2. Bem dito minha cara, kit. Acrescento que este comentário está deveras bem estruturado, adoro a classe como usou palavras, coerentes e razoáveis. É notável as suas capacidades literárias. Alegra-me ver alguém que se realmente interessa-se pela perseverança da língua portuguesa com tanto brio. Considero-a um sustento a este belo idioma. Tenha um bom dia, companheira. Grata pela sua existência...

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    3. Sinto-me até constrangida com o meu erro grave!!! Considero-me a pior patriota na deterioração da língua nacional. Perdão. Aqui vai a devida correção, que devo realçar ser de grande relevância(!!!!!): "que realmente interessa-se...". Novamente, peço perdão. Desculpe.as minhas sinceras desculpas...

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    4. Justificação: Não é costume meu errar frequentemente mas hoje está a ser um dia azarento. Eu sou uma ser humana tal como você, kit. Não quero que inferiorize-me pelo erro no passado! Mereço tanto respeito e relevância como você e todas outras pessoas nesta secção de comentários!

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    5. As pessoas geralmente não me deixam sem resposta, kit. Não estou a insinuar ser mal-educada, apenas a expôr o meu descontentamento. Repito, só estou a expor o meu descontentamento...

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    6. Desculpe, o meu humor está a entrar em decadência. As mensagens anteriores não exigem qualquer tipo de resposta. Obrigado.

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  5. Muito útil este blog , parabéns aos criadores :)

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  6. Parabéns aos criadores! Excelente trabalho :)

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  7. Tou aqui pa ver se faço algo de jeito nas aulas

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  8. Só uma pergunta
    Para quem ja leu este capítulo, acha que so o resumo chega?

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  9. o conteúdo é mau e a estética ainda pior, sem ofensa rissolão 💕

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. bem sus eu teria cuidado com o azul visto que ele deu fake task na eletrical

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